quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Governo cria cartão virtual para avisar parceiro sexual

O Ministério da Saúde acaba de lançar uma campanha que orienta sobre os perigos das doenças sexualmente transmissíveis. Além de informar sobre os mais de dez milhões de brasileiros que já tiveram sintomas de alguma DST, a ação aborda os problemas que podem ser causados pela falta de tratamento, pela automedicação e da possibilidade de contágio caso não sejam utilizados preservativos.

Entretanto, um dos pontos que mais chamam a atenção no esforço do ministério no combate a tais males é a criação da campanha “Muito prazer, sexo sem DST”, a ser lançada na Festa do Peão de Barretos.

Além do trocadilho no nome (um tanto diferente, já que dá a entender uma forma bizarra de se apresentar), de jingles que contam a participação de cantores sertanejos (a cantoria reúne 12 artistas, como Daniel e Chitãozinho e Xororó) e da distribuição de 100 mil camisinhas, foi criado o hotsite www.aids.gov.br/muitoprazer

Na página, o internauta pode se informar sobre a prevenção e o tratamento de diversas doenças e ainda criar um cartão virtual a ser enviado por e-mail ao parceiro sexual, nos moldes dos que são populares na internet e que normalmente são enviados em ocasiões como aniversários e outras datas comemorativas.

Porém, o criativo texto elaborado pelo Ministério da Saúde possui um conteúdo bem mais sério, estranho para ser enviado por um cartão virtual. O recado diz: “Oi! Não sei se essa é a melhor forma de dizer, mas descobri que tenho uma DST (Doença Sexualmente Transmissível). Fui numa Unidade de Saúde, procurei um médico e já estou me tratando. Acho que você deveria fazer o mesmo”.

Segundo Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST e Aids do ministério “as pessoas têm muita dificuldade de contar que estão infectadas. As novas tecnologias de comunicação ajudam a enfrentar essas doenças de forma direta e com o mínimo possível de exposição"

As DSTs tem peculiaridades e particularidades que justificam o diferencial de atendimento a outros usuários igualmente graves. O caráter de atendimento não pode ser apenas na linha curativa, pois lidar com esses usuários nos remete a questões que envolvem a doença em si, a possibilidade eminente de morte e repercuti atingindo também o contexto familiar, social, econômico, psicológico, político justificando-se a necessidade de uma equipe interdisciplinar.
Os Assistentes Sociais, por serem, segundo MARTINELLI, profissionais que chegam o mais próximo possível do cenário da vida cotidiana das pessoas com as quais trabalham, tem muito a contribuir, pois o “que para muitas profissões é relato, para nós é vivência, o que para muitos profissionais é informação, para nós são fatos, plenos de vida, saturados de história”. (Martinelli,1997).
Para o Serviço Social, o atendimento aos usuários com DSTs está ancorado no acesso a informações e na Educação Reflexiva, visando orientar e informar sobre o tratamento, direitos e deveres, questões trabalhistas, previdenciárias e jurídicas. Atua também diretamente com as expressões da Questão Social advinda desta demanda, como à falta de alimentação, medicação e transporte, sendo extensivo o acompanhamento social a familiares que enfrentam as mesmas dificuldades dos usuário.

Fontes:
POP News / Vida e Saúde
MARTINELLI. Maria Lúcia. A Nova Identidade Profissional. Revista SERVIÇO SOCIAL HOSPITALAR-CASS-FMUSP,S.P, v.4, n1,p. 21, 1997.

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